Mariana aprendeu a ver as ligações antes de aprender a nomeá-las. Cresceu em Coimbra, passou tardes de infância em jardins botânicos e florestas urbanas a observar como os sistemas vivos se sustentam mutuamente. A biologia deu-lhe o vocabulário para aquilo que já compreendia: tudo é interdependente. A sua carreira passou pelo comportamento animal, conservação e guia da natureza antes de chegar à comunicação—trabalho que lhe ensinou como as histórias moldam a acção. Em 2019, co-fundou a Azimuth World Foundation com a convicção de que as comunidades Indígenas detêm conhecimento e modos de vida cruciais para a sobrevivência de todos nós. Como presidente, privilegiou parcerias baseadas na confiança em vez do controlo, apoiando iniciativas lideradas pelas comunidades que querem melhorar o seu acesso a saúde e a água e a sua soberania territorial. A abordagem da fundação reflecte o seu entendimento de que apoiar, na verdade, significa ouvir a liderança Indígena em vez de tentar conduzi-la. Como comunicadora apaixonada, Mariana continua a construir pontes de entendimento, amplificando vozes indígenas.

Carla está com a Azimuth desde o início, a tentar descodificar o espaço entre intenção e expressão. Com a sua formação em linguística, ajuda os nossos parceiros a articular visões que de outra forma se perderiam na linguagem de financiamento. Antes da Azimuth, foi tradutora e professora, trabalho que lhe ensinou que a comunicação só é eficaz quando diminui as distâncias entre as diferenças sem as apagar. Os seus filhos vieram tornar ainda mais urgente a vontade de contribuir para um mundo mais equitativo. Quando a Azimuth abandonou os ciclos tradicionais de financiamento e adoptou uma abordagem centrada nas relações, ajudou a reformular processos que valorizam o conhecimento e as prioridades das comunidades. Procura construir relações de financiamento que honrem a auto-determinação, traduzindo um modelo de filantropia baseado na confiança para a prática: apoio flexível e multiplicador, diálogo honesto e prazos adaptados às necessidades de cada parceiro. Este equilíbrio entre estrutura e flexibilidade, responsabilidade e confiança, torna possíveis as parcerias éticas que definem a Azimuth.

Francisco estudou como as mensagens se movem dentro da cultura antes de aprender como é que estas podem servir as comunidades. O seu mestrado em Comunicação pela Universidade Nova deu-lhe as ferramentas para analisar os meios de comunicação e os seus anos em relações públicas ensinaram-no a servir-se deles. O que estas experiências não conseguiram ensinar foi a paciência necessária quando a comunicação se torna um acto de justiça. Na Azimuth World Foundation, Francisco cria histórias que não o incluem. Como Gestor de Comunicação, os seus dias passam por gravar as perspectivas de líderes Indígenas e aliados, editar episódios de podcast, gerir redes sociais que amplificam vozes comunitárias, e construir relações com os nossos parceiros e com outros aliados pelos Direitos Humanos. O trabalho exige que escute mais do que fale, que crie espaço em vez de o preencher. Quando as comunidades querem partilhar as suas lutas e vitórias, Francisco cria plataformas onde as suas palavras chegam sem filtros, com todo o peso da sua experiência vivida. Francisco está na Azimuth desde os primeiros tempos da Fundação.

Jacque constrói pontes onde outros veem muros. Mais de 15 anos em gestão de programas e desenvolvimento internacional ensinaram-lhe que a mudança sustentável acontece quando as comunidades lideram as suas soluções. Coordenou mais de 60 projectos em África, todos capazes de fortalecer as organizações na implementação de iniciativas baseadas nas suas próprias perspectivas, tradições e aspirações. A sua experiência abrange o prático e o estratégico: colaborações transfronteiriças, desenvolvimento de parcerias que criam reciprocidade genuína, mobilização de recursos que flui para as prioridades comunitárias. Mas o que impulsiona o seu trabalho não é a técnica, é a convicção: o seu compromisso com a capacitação das comunidades para construir o desenvolvimento nos seus próprios termos. Actualmente a concluir uma licenciatura em Desenvolvimento Sustentável, combina décadas de experiência de campo com conhecimento académico. Este equilíbrio permite-lhe defender desenvolvimento inclusivo e equitativo em todo o continente, assegurando sempre que é a sabedoria das bases que orienta o processo.

Gary Shaye trabalhou por todo o mundo, em particular na República Dominicana, no Nepal, no Butão, na Bolívia e no Haiti. Tem uma vasta experiência internacional na supervisão de projectos de desenvolvimento de saúde e educação e de respostas humanitárias. Durante mais de 45 anos, desempenhou várias funções na Save the Children. No Haiti, foi Diretor Nacional após o devastador terramoto de 2010. Em 2017 e 2018 foi responsável pela resposta aos furacões Irma, na Flórida, e Maria, em Porto Rico. Em 2019, quando esteve na Colômbia, apoiou a resposta à crise venezuelana. Actualmente, é director sénior da Save the Children. Membro fundador do Conselho Consultivo da Azimuth, Gary é fundamental não só na orientação da nossa acção, mas como uma verdadeira biblioteca viva de conhecimento humanitário e uma rede extraordinária de contactos. O seu envolvimento dedicado e encorajamento constante fazem dele o pilar do nosso Conselho.

Aby Sène é professora de Gestão de Parques e Áreas de Conservação na Universidade de Clemson, Carolina do Norte. É investigadora das áreas social e ambiental e dedica-se à divulgação de métodos responsáveis de gestão de terras públicas, recursos naturais e património cultural, nos EUA e em África. A sua investigação concentra-se na intersecção da administração de parques e áreas protegidas, meios de subsistência, turismo baseado na natureza e a relação entre raça e natureza. Colabora com agências governamentais há mais de uma década, criando planos de gestão integrada entre biodiversidade e desenvolvimento socio-económico para áreas críticas de conservação. Escreveu vários artigos sobre as estruturas coloniais de poder na conservação. A Aby juntou-se à Azimuth em 2023. Quando as nossas comunidades parceiras enfrentam conflitos com projectos de conservação, recorremos à sua experiência: que leis invocar, que provisões questionar, que contactos fazer. Foi fundamental no caso da BIDO, que contestou um projecto do Banco Mundial e do Governo do Uganda nas terras ancestrais Batwa.

Billi Jo é um ser soberano Húŋkpapȟa/Iháŋktȟuŋwaŋ Očhéthi Šakówiŋ de Standing Rock. Co-fundou a ONG Oúŋ, um termo Lakȟóta que significa "viver", como modelo de serviço para promover a auto-determinação dos Povos Indígenas. O seu amor pelos filhos e pelo seu povo motiva-a a praticar Mitákuye Oyásʼiŋ, uma visão do mundo assente na interligação. Acredita que restaurar o direito Indígena à tomada de decisões em questões que afectam os seus direitos permitirá à humanidade honrar Uŋčí Makȟá, a Avó Terra. Após a decisão do Supremo Tribunal sobre a lei de identificação de eleitores, organizou-se com a Native Vote para informar e mobilizar comunidades em Standing Rock. Em 2019, foi eleita presidente do Comité Consultivo Indígena das Escolas Públicas de Bismarck, e cumpre agora o segundo mandato. Serve nos comités consultivos da Fundação Rockstad e NDkidscount. Juntou-se à Azimuth em 2021, e orienta a Fundação no apoio à auto-determinação dos parceiros e no assegurar de que o trabalho honra a liderança e conhecimento Indígenas.

O fotógrafo Kiliii Yuyan conta histórias de vidas ligadas à terra e ao mar. Inspirado pela sua ascendência Nanai/Hèzhé (indígena do Leste Asiático) e chinesa, procura compreender o ser humano através de diferentes perspectivas culturais. Em trabalho de reportagem, sobreviveu à perseguição de um urso polar, escapou a ondas furiosas ao mergulhar com lontras marinhas, e encontrou afinidade e amizade nos confins do mundo. Kiliii cria narrativas fotográficas para as páginas da National Geographic Magazine, TIME e outras publicações importantes. Desde 2023 no nosso Conselho Consultivo, honra-nos profundamente a sua presença e a visibilidade que o seu trabalho traz à conservação liderada por comunidades Indígenas. Foi a Fundación Sobrevivencia Cofán que nos juntou e que nos trouxe o contributo do Kiliii e da sua sensibilidade, conhecimento profundo das realidades comunitárias e capacidade extraordinária de contar histórias.

Rowan Martin é um biólogo e conservacionista apaixonado por aproximar as pessoas da natureza, com o objetivo de proteger ecossistemas ameaçados. Tem um doutoramento em ecologia comportamental de papagaios em vias de extinção. É o actual Diretor do Programa de Conservação de África do World Parrot Trust, onde supervisiona um vasto leque de actividades. Rowan trabalhou em vários países da África e da América Latina, onde desenvolveu projectos de investigação e implementou iniciativas de conservação para proteger a vida selvagem ameaçada. Publicou mais de 30 artigos científicos revistos pelos seus pares. Membro do nosso Conselho Consultivo desde 2021, o seu conhecimento profundo da conservação e dos conflitos que podem surgir com as comunidades, assim como a sua sensibilidade e sede de conhecimento sobre formas de protecção ambiental, são inestimáveis para o nosso trabalho.

Thea Bechshøft é bióloga marinha com um doutoramento em ecologia e fisiologia. Tem uma vasta formação em investigação ambiental, trabalho de campo, comunicação científica e conservação, e larga experiência no estudo de ecossistemas árcticos, bem como na publicação de artigos científicos revistos pelos seus pares. Actualmente, Thea trabalha como líder de projecto numa autarquia dinamarquesa, concentrando-se na adaptação climática e resiliência. O seu trabalho envolve o desenvolvimento de estratégias para aumentar a resiliência climática regional e a colaboração com parceiros na Dinamarca e Europa para abordar desafios ambientais partilhados. Desde 2021 no nosso Conselho Consultivo, Thea é uma defensora dedicada dos projectos que envolvem mulheres e a sua capacitação. A sua experiência em conservação e compreensão das dinâmicas entre protecção ambiental e comunidades locais, combinada com a sua constante busca por soluções inovadoras, enriquecem significativamente as nossas discussões e orientações estratégicas.