African Initiative for Mankind Progress Organization
Fortalecimento das Comunidades Batwa Através do Acesso a Direitos Fundamentais, Preservação Cultural e Dignidade Económica
A AIMPO
a African Initiative for Mankind Progress Organization
Fundada em 2001, a African Initiative for Mankind Progress Organisation é uma organização liderada por pessoas Batwa, nacionalmente reconhecida, não-governamental e sem fins lucrativos, dedicada à promoção dos direitos da população Indígena Batwa do Ruanda, legalmente classificada como “Povo Historicamente Marginalizado”.
Os Batwa são amplamente reconhecidos como os habitantes indígenas da Região dos Grandes Lagos de África. Os seus territórios ancestrais situam-se nas florestas equatoriais do Ruanda, Uganda, Burundi e República Democrática do Congo. Durante milénios, estas florestas deram aos Batwa sustento, medicamentos, abrigo e referências espirituais, mas sucessivas vagas de “conservação” e “desenvolvimento” transnacionais que duraram todo o século XX culminaram na sua expulsão das suas terras ancestrais.
No Ruanda, a situação é ainda mais complexa devido à campanha de “desetnicização” levada a cabo pelo governo para retirar a identidade étnica do discurso público e político como forma de responder ao Genocídio contra os Tutsi em 1994. Como consequência, os Batwa tornaram-se ainda mais marginalizados porque a sua invisibilidade foi institucionalizada. Oficialmente, os Batwa não são considerados Povos Indígenas (como são no Uganda, na RDC ou no Burundi), mas Povos Historicamente Marginalizados.
Liderada por Richard Ntakirutimana (Batwa) na direcção executiva e por uma equipa e conselho administrativo maioritariamente composto por mulheres, a AIMPO tem como missão promover os direitos individuais e coletivos, facilitar o desenvolvimento sustentável e promover a integração social, política e económica dos Batwa. A organização opera através de duas estruturas principais: uma sede nacional em Kigali e representações regionais nas cinco províncias do Ruanda.
Os seus principais programas incluem:
⊃ Soberania Alimentar: Formação em agroecologia e métodos de cultivo
⊃ Oportunidades Económicas e de Subsistência: Desenvolvimento de competências e iniciativas que gerem rendimento e que respeitam os valores culturais Batwa
⊃ Cultura e Identidade: Preservação de técnicas tradicionais de olaria, da música, dança e conhecimento tradicionais
⊃ WASH: Acesso a água, saúde e saneamento
⊃ Educação: Bolsas de estudo e apoio a escolas comunitárias, incluindo refeições escolares e um Centro de Educação Pré-Escolar gerido pela comunidade
⊃ Direitos Territoriais: Activismo e apoio jurídico no direito à terra, lugares sagrados e recursos naturais
⊃ Inclusão: Programas para mulheres, jovens e pessoas Batwa com deficiência
A parceria
A Nossa Parceria
Juntos pela Auto-determinação
A nossa parceria com a AIMPO começou em 2022 quando conhecemos a organização e o seu trabalho através de um membro do nosso conselho consultivo. Ficámos imediatamente impressionados com a sua abordagem holística e centrada na comunidade para enfrentar os desafios complexos que os Batwa enfrentam no Ruanda.
Ao longo de 2023 e 2024, a AIMPO apresentou-nos projetos que respondiam às prioridades identificadas pela comunidade. Uma das nossas colaborações mais significativas incluiu o apoio ao Centro de Educação para Saúde e Higiene em Gicumbi, com a construção de instalações sanitárias e desenvolvimento de materiais educativos sobre práticas de higiene.
Este centro serve como infraestrutura sanitária, mas também como centro para a educação comunitária e o desenvolvimento de capacidades. A AIMPO organizou campanhas de sensibilização porta-a-porta e treinou líderes religiosos e locais para disseminar mensagens sobre higiene.
Em 2023, colaborámos na elaboração e submissão de propostas para o projeto Aqua Rise, uma iniciativa transformadora que combina conhecimentos tradicionais de olaria com tecnologia moderna para criar filtros de água de cerâmica eficazes e sustentáveis. Para este projeto, apoiámos a formação Richard Ntakirutimana numa fábrica no Quénia que já produz estes filtros. Este projeto representa não apenas uma solução para problemas de saúde relacionados com água não-potável, mas também uma oportunidade de emprego digno, culturalmente relevante e sustentável, em particular para mulheres Batwa.
A nossa parceria incluiu também o apoio a um programa de alimentação escolar em colaboração com a Women’s Bakery, com refeições para crianças, mulheres grávidas e idosos. Este programa responde a necessidades nutricionais críticas, apoia a educação e o bem-estar comunitários.
Mas a AIMPO, mais do que soluções de curto prazo, procura ajudar a comunidade a recuperar a sua capacidade de atender ela própria às suas necessidades. Quando o governo local abriu uma janela de acesso a dois hectares de terra arável, a AIMPO agarrou a oportunidade única de resolver de forma sustentável os problemas de insegurança alimentar em Gicumbi, um dos desafios mais críticos que a comunidade enfrenta. Apoiámos esta iniciativa de agro-ecologia e financiámos recursos agrícolas e ferramentas. Os resultados falam por si: a primeira colheita rendeu mais de uma tonelada de batata.
Mais recentemente, iniciámos uma colaboração para ajudar a melhorar o Centro Cultural Inkogoto — um refúgio cultural vital para a comunidade Batwa. Com o nome do material tradicional que confere às cerâmicas tradicionais Batwa o seu acabamento suave único, este centro representa a visão da AIMPO para preservação cultural como um caminho para a dignidade económica.
Actualmente, estão a levar a cabo melhorias críticas na infraestrutura para transformar o que começou como uma iniciativa cultural modesta (mas que já emprega 66 pessoas) naquilo que virá a ser um empreendimento sustentável com potencial para empregar dezenas de membros da comunidade e gerar rendimento sustentado.
O centro visa preservar conhecimentos tradicionais insubstituíveis e expressões culturais importantes, como música, dança e técnicas de olaria, enquanto cria oportunidades económicas tangíveis num futuro próximo. Esta iniciativa demonstra como o património cultural e o desenvolvimento económico podem reforçar-se mutuamente quando abordados através da liderança comunitária.
Construir Redes para Mudança Liderada pelos Batwa
Outro aspeto crucial da nossa parceria tem sido a expansão da rede de potenciais financiadores e parceiros da AIMPO.
Em Fevereiro de 2025, patrocinámos a participação da AIMPO na Conferência Global do International Funders for Indigenous Peoples (IFIP) no Quénia. Neste evento, Richard Ntakirutimana teve a oportunidade de apresentar o trabalho da organização e começar a construir relações com potenciais financiadores e aliados de diversas regiões.
Alguns meses depois, em Junho, facilitámos e apoiámos a participação da AIMPO na 9ª Conferência da Rede de Filantropia da África Oriental, que teve lugar em Kigali de 11 a 13 de Junho. Este encontro revelou-se particularmente crucial face ao actual panorama filantrópico, no qual o Norte Global—especialmente os Estados Unidos—se retrai drasticamente do financiamento internacional. Com o esgotamento das fontes tradicionais de financiamento e as mudanças políticas a reformularem as prioridades dos doadores, as organizações de base em toda a África enfrentam um desinvestimento sem precedentes. A conferência reuniu filantropos e organizações da sociedade civil para responder urgentemente a esta crise: como pode a África Oriental reorganizar os seus sistemas filantrópicos, fortalecer as redes regionais e desenvolver modelos de financiamento sustentáveis que não dependam de doadores externos cada vez menos seguros? Para a AIMPO, participar nestas conversas sobre a construção de ecossistemas de financiamento resilientes e com raízes locais representa a expansão da sua rede de contactos, e também uma estratégia de sobrevivência num panorama global em rápida transformação.
Estas experiências internacionais servem objetivos estratégicos precisos. Em vez de falar pela comunidade, estes fóruns permitem que Richard e os seus colegas representem diretamente os interesses dos Batwa em instituições que influenciam políticas ambientais, sociais e de direitos humanos a nível global. Com estes encontros, a AIMPO leva conhecimento e redes importantes para a sua comunidade.
IMPACTO
Impacto
Desde a sua fundação, a AIMPO tem alcançado resultados notáveis com recursos muito limitados, e demonstrado a eficácia da liderança Indígena na resolução de desafios complexos.
Em Gicumbi, o Centro de Educação para Saúde e Higiene evoluiu para além do seu propósito original e tornou-se num centro comunitário vibrante que serve cerca de 360 membros da comunidade. As dez casas de banho comunitárias proporcionam infraestruturas sanitárias essenciais, mas o centro também se tornou uma incubadora para múltiplas formas de capacitação comunitária: os membros da comunidade reúnem-se para aprender a fazer sabão e já produzem o “Sabão Comunitário de Gicumbi“, uma ferramenta crucial para cuidar da sua saúde que também proporciona poupança e rendimento com a venda no mercado local; o centro organiza oficinas de fabrico de pensos higiénicos reutilizáveis, solucionando as necessidades de higiene e criando oportunidades económicas. O espaço também fomenta o intercâmbio de conhecimentos e workshops sobre nutrição e desenvolvimento infantil. O que torna esta abordagem notável é a forma como um único espaço físico destinado a saneamento básico se expandiu organicamente para se tornar um catalisador de tantas iniciativas comunitárias — todas surgidas da determinação da comunidade em melhorar as suas circunstâncias e da sua capacidade única para a cooperação, ao mesmo tempo que desenvolve competências práticas que geram tanto melhorias na saúde como oportunidades económicas.
O projeto Aqua Rise está em fase inicial de implementação com a produção dos primeiros filtros de água de cerâmica. Actualmente, emprega 30 trabalhadores, mas tem o potencial de fornecer água potável a milhares de famílias nos próximos anos, demonstrando que é possível e desejável combinar tecnologia moderna com conhecimentos tradicionais.
O Centro Inkogoto personifica a abordagem holística da AIMPO ao desenvolvimento comunitário assente no reconhecimento de que as bases culturais alimentam a resiliência das comunidades. Este centro não é só uma fábrica, é também um santuário cultural e uma empresa social sustentável que serve como modelo de desenvolvimento liderado pela comunidade. A equipa trabalha com 36 membros da comunidade (maioritariamente mulheres), produzindo mensalmente 1.000 unidades de cerâmica de alta qualidade. Este projeto preserva técnicas tradicionais de olaria Batwa e gera um rendimento mensal que beneficia diretamente a comunidade.
Na área da segurança alimentar e nutrição, a iniciativa de refeições escolares, desenvolvida em parceria com a Women’s Bakery, fornece pão e papa diariamente a 257 crianças, mulheres grávidas e idosos, abordando diretamente os desafios nutricionais que a comunidade enfrenta. Mas procurando sempre a sustentabilidade e capacitação, a AIMPO implementou uma iniciativa de agroecologia em Gicumbi que capacita as famílias Batwa com competências práticas de cultivo, ferramentas e sementes para que possam alimentar-se a si próprias. Trabalhando em dois hectares de terra comunitária concedidos pelas autoridades locais, os membros da comunidade transformaram terrenos anteriormente improdutivos em hortas produtivas. Além do cultivo de alimentos, o projeto tornou-se uma sala de aula viva onde a transmissão de conhecimento ocorre naturalmente e tem eco na ligação dos Batwa a lugar e ecossistema.
DO Terreno
Notícias do Terreno
Novidades sobre projectos, iniciativas e colaborações.
Apoie
Apoie
A AIMPO está a liderar um trabalho transformador que merece amplo reconhecimento e apoio. A sua dedicação à preservação cultural, desenvolvimento económico e dignidade dos Batwa representa um modelo de desenvolvimento liderado pela comunidade que merece ser celebrado e ampliado.
Para apoiar diretamente o seu trabalho:
> Visite o site da AIMPO para conhecer mais sobre os seus projetos em curso
> Faça uma doação através da sua página de doações para contribuir para iniciativas específicas
> Entre em contacto com a organização através do email info@aimpo.org para explorar oportunidades de parcerias
Apoiar a AIMPO significa contribuir para a preservação de um património cultural insubstituível e para a construção de um futuro mais justo e sustentável para uma das comunidades mais marginalizadas de África. O trabalho da AIMPO vai muito além de projetos isolados — representa uma visão abrangente onde a identidade cultural serve como fundamento para a dignidade económica, a coesão social e a resiliência comunitária.
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A AIMPO
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Fundada em 2001, a African Initiative for Mankind Progress Organisation é uma organização liderada por pessoas Batwa, nacionalmente reconhecida, não-governamental e sem fins lucrativos, dedicada à promoção dos direitos da população Indígena Batwa do Ruanda, legalmente classificada como “Povo Historicamente Marginalizado”.
Os Batwa são amplamente reconhecidos como os habitantes indígenas da Região dos Grandes Lagos de África. Os seus territórios ancestrais situam-se nas florestas equatoriais do Ruanda, Uganda, Burundi e República Democrática do Congo. Durante milénios, estas florestas deram aos Batwa sustento, medicamentos, abrigo e referências espirituais, mas sucessivas vagas de “conservação” e “desenvolvimento” transnacionais que duraram todo o século XX culminaram na sua expulsão das suas terras ancestrais.
No Ruanda, a situação é ainda mais complexa devido à campanha de “desetnicização” levada a cabo pelo governo para retirar a identidade étnica do discurso público e político como forma de responder ao Genocídio contra os Tutsi em 1994. Como consequência, os Batwa tornaram-se ainda mais marginalizados porque a sua invisibilidade foi institucionalizada. Oficialmente, os Batwa não são considerados Povos Indígenas (como são no Uganda, na RDC ou no Burundi), mas Povos Historicamente Marginalizados.
Liderada por Richard Ntakirutimana (Batwa) na direcção executiva e por uma equipa e conselho administrativo maioritariamente composto por mulheres, a AIMPO tem como missão promover os direitos individuais e coletivos, facilitar o desenvolvimento sustentável e promover a integração social, política e económica dos Batwa. A organização opera através de duas estruturas principais: uma sede nacional em Kigali e representações regionais nas cinco províncias do Ruanda.
Os seus principais programas incluem:
⊃ Soberania Alimentar: Formação em agroecologia e métodos de cultivo
⊃ Oportunidades Económicas e de Subsistência: Desenvolvimento de competências e iniciativas que gerem rendimento e que respeitam os valores culturais Batwa
⊃ Cultura e Identidade: Preservação de técnicas tradicionais de olaria, da música, dança e conhecimento tradicionais
⊃ WASH: Acesso a água, saúde e saneamento
⊃ Educação: Bolsas de estudo e apoio a escolas comunitárias, incluindo refeições escolares e um Centro de Educação Pré-Escolar gerido pela comunidade
⊃ Direitos Territoriais: Activismo e apoio jurídico no direito à terra, lugares sagrados e recursos naturais
⊃ Inclusão: Programas para mulheres, jovens e pessoas Batwa com deficiência
A parceria
A Nossa Parceria
Juntos pela Auto-determinação
A nossa parceria com a AIMPO começou em 2022 quando conhecemos a organização e o seu trabalho através de um membro do nosso conselho consultivo. Ficámos imediatamente impressionados com a sua abordagem holística e centrada na comunidade para enfrentar os desafios complexos que os Batwa enfrentam no Ruanda.
Ao longo de 2023 e 2024, a AIMPO apresentou-nos projetos que respondiam às prioridades identificadas pela comunidade. Uma das nossas colaborações mais significativas incluiu o apoio ao Centro de Educação para Saúde e Higiene em Gicumbi, com a construção de instalações sanitárias e desenvolvimento de materiais educativos sobre práticas de higiene.
Este centro serve como infraestrutura sanitária, mas também como centro para a educação comunitária e o desenvolvimento de capacidades. A AIMPO organizou campanhas de sensibilização porta-a-porta e treinou líderes religiosos e locais para disseminar mensagens sobre higiene.
Em 2023, colaborámos na elaboração e submissão de propostas para o projeto Aqua Rise, uma iniciativa transformadora que combina conhecimentos tradicionais de olaria com tecnologia moderna para criar filtros de água de cerâmica eficazes e sustentáveis. Para este projeto, apoiámos a formação Richard Ntakirutimana numa fábrica no Quénia que já produz estes filtros. Este projeto representa não apenas uma solução para problemas de saúde relacionados com água não-potável, mas também uma oportunidade de emprego digno, culturalmente relevante e sustentável, em particular para mulheres Batwa.
A nossa parceria incluiu também o apoio a um programa de alimentação escolar em colaboração com a Women’s Bakery, com refeições para crianças, mulheres grávidas e idosos. Este programa responde a necessidades nutricionais críticas, apoia a educação e o bem-estar comunitários.
Mas a AIMPO, mais do que soluções de curto prazo, procura ajudar a comunidade a recuperar a sua capacidade de atender ela própria às suas necessidades. Quando o governo local abriu uma janela de acesso a dois hectares de terra arável, a AIMPO agarrou a oportunidade única de resolver de forma sustentável os problemas de insegurança alimentar em Gicumbi, um dos desafios mais críticos que a comunidade enfrenta. Apoiámos esta iniciativa de agro-ecologia e financiámos recursos agrícolas e ferramentas. Os resultados falam por si: a primeira colheita rendeu mais de uma tonelada de batata.
Mais recentemente, iniciámos uma colaboração para ajudar a melhorar o Centro Cultural Inkogoto — um refúgio cultural vital para a comunidade Batwa. Com o nome do material tradicional que confere às cerâmicas tradicionais Batwa o seu acabamento suave único, este centro representa a visão da AIMPO para preservação cultural como um caminho para a dignidade económica.
Actualmente, estão a levar a cabo melhorias críticas na infraestrutura para transformar o que começou como uma iniciativa cultural modesta (mas que já emprega 66 pessoas) naquilo que virá a ser um empreendimento sustentável com potencial para empregar dezenas de membros da comunidade e gerar rendimento sustentado.
O centro visa preservar conhecimentos tradicionais insubstituíveis e expressões culturais importantes, como música, dança e técnicas de olaria, enquanto cria oportunidades económicas tangíveis num futuro próximo. Esta iniciativa demonstra como o património cultural e o desenvolvimento económico podem reforçar-se mutuamente quando abordados através da liderança comunitária.
Construir Redes para Mudança Liderada pelos Batwa
Outro aspeto crucial da nossa parceria tem sido a expansão da rede de potenciais financiadores e parceiros da AIMPO.
Em Fevereiro de 2025, patrocinámos a participação da AIMPO na Conferência Global do International Funders for Indigenous Peoples (IFIP) no Quénia. Neste evento, Richard Ntakirutimana teve a oportunidade de apresentar o trabalho da organização e começar a construir relações com potenciais financiadores e aliados de diversas regiões.
Alguns meses depois, em Junho, facilitámos e apoiámos a participação da AIMPO na 9ª Conferência da Rede de Filantropia da África Oriental, que teve lugar em Kigali de 11 a 13 de Junho. Este encontro revelou-se particularmente crucial face ao actual panorama filantrópico, no qual o Norte Global—especialmente os Estados Unidos—se retrai drasticamente do financiamento internacional. Com o esgotamento das fontes tradicionais de financiamento e as mudanças políticas a reformularem as prioridades dos doadores, as organizações de base em toda a África enfrentam um desinvestimento sem precedentes. A conferência reuniu filantropos e organizações da sociedade civil para responder urgentemente a esta crise: como pode a África Oriental reorganizar os seus sistemas filantrópicos, fortalecer as redes regionais e desenvolver modelos de financiamento sustentáveis que não dependam de doadores externos cada vez menos seguros? Para a AIMPO, participar nestas conversas sobre a construção de ecossistemas de financiamento resilientes e com raízes locais representa a expansão da sua rede de contactos, e também uma estratégia de sobrevivência num panorama global em rápida transformação.
Estas experiências internacionais servem objetivos estratégicos precisos. Em vez de falar pela comunidade, estes fóruns permitem que Richard e os seus colegas representem diretamente os interesses dos Batwa em instituições que influenciam políticas ambientais, sociais e de direitos humanos a nível global. Com estes encontros, a AIMPO leva conhecimento e redes importantes para a sua comunidade.
IMPACTO
Impacto
Desde a sua fundação, a AIMPO tem alcançado resultados notáveis com recursos muito limitados, e demonstrado a eficácia da liderança Indígena na resolução de desafios complexos.
Em Gicumbi, o Centro de Educação para Saúde e Higiene evoluiu para além do seu propósito original e tornou-se num centro comunitário vibrante que serve cerca de 360 membros da comunidade. As dez casas de banho comunitárias proporcionam infraestruturas sanitárias essenciais, mas o centro também se tornou uma incubadora para múltiplas formas de capacitação comunitária: os membros da comunidade reúnem-se para aprender a fazer sabão e já produzem o “Sabão Comunitário de Gicumbi“, uma ferramenta crucial para cuidar da sua saúde que também proporciona poupança e rendimento com a venda no mercado local; o centro organiza oficinas de fabrico de pensos higiénicos reutilizáveis, solucionando as necessidades de higiene e criando oportunidades económicas. O espaço também fomenta o intercâmbio de conhecimentos e workshops sobre nutrição e desenvolvimento infantil. O que torna esta abordagem notável é a forma como um único espaço físico destinado a saneamento básico se expandiu organicamente para se tornar um catalisador de tantas iniciativas comunitárias — todas surgidas da determinação da comunidade em melhorar as suas circunstâncias e da sua capacidade única para a cooperação, ao mesmo tempo que desenvolve competências práticas que geram tanto melhorias na saúde como oportunidades económicas.
O projeto Aqua Rise está em fase inicial de implementação com a produção dos primeiros filtros de água de cerâmica. Actualmente, emprega 30 trabalhadores, mas tem o potencial de fornecer água potável a milhares de famílias nos próximos anos, demonstrando que é possível e desejável combinar tecnologia moderna com conhecimentos tradicionais.
O Centro Inkogoto personifica a abordagem holística da AIMPO ao desenvolvimento comunitário assente no reconhecimento de que as bases culturais alimentam a resiliência das comunidades. Este centro não é só uma fábrica, é também um santuário cultural e uma empresa social sustentável que serve como modelo de desenvolvimento liderado pela comunidade. A equipa trabalha com 36 membros da comunidade (maioritariamente mulheres), produzindo mensalmente 1.000 unidades de cerâmica de alta qualidade. Este projeto preserva técnicas tradicionais de olaria Batwa e gera um rendimento mensal que beneficia diretamente a comunidade.
Na área da segurança alimentar e nutrição, a iniciativa de refeições escolares, desenvolvida em parceria com a Women’s Bakery, fornece pão e papa diariamente a 257 crianças, mulheres grávidas e idosos, abordando diretamente os desafios nutricionais que a comunidade enfrenta. Mas procurando sempre a sustentabilidade e capacitação, a AIMPO implementou uma iniciativa de agroecologia em Gicumbi que capacita as famílias Batwa com competências práticas de cultivo, ferramentas e sementes para que possam alimentar-se a si próprias. Trabalhando em dois hectares de terra comunitária concedidos pelas autoridades locais, os membros da comunidade transformaram terrenos anteriormente improdutivos em hortas produtivas. Além do cultivo de alimentos, o projeto tornou-se uma sala de aula viva onde a transmissão de conhecimento ocorre naturalmente e tem eco na ligação dos Batwa a lugar e ecossistema.
DO Terreno
Notícias do Terreno
Novidades sobre projectos, iniciativas e colaborações.
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A AIMPO está a liderar um trabalho transformador que merece amplo reconhecimento e apoio. A sua dedicação à preservação cultural, desenvolvimento económico e dignidade dos Batwa representa um modelo de desenvolvimento liderado pela comunidade que merece ser celebrado e ampliado.
Para apoiar diretamente o seu trabalho:
> Visite o site da AIMPO para conhecer mais sobre os seus projetos em curso
> Faça uma doação através da sua página de doações para contribuir para iniciativas específicas
> Entre em contacto com a organização através do email info@aimpo.org para explorar oportunidades de parcerias
Apoiar a AIMPO significa contribuir para a preservação de um património cultural insubstituível e para a construção de um futuro mais justo e sustentável para uma das comunidades mais marginalizadas de África. O trabalho da AIMPO vai muito além de projetos isolados — representa uma visão abrangente onde a identidade cultural serve como fundamento para a dignidade económica, a coesão social e a resiliência comunitária.