Safe Water
The Indigenous Narakajmanta communities residing in Colombia's Sierra Nevada de Santa Marta have deep cultural and spiritual ties to their remote homeland in the Department of Magdalena. Despite their worldview placing a significant emphasis on safeguarding the region's natural resources, a lack of governmental support, particularly in comparison to larger communities, has deprived this community of access to safe and sufficient water for their basic needs.
Building upon its expertise in implementing environmentally conscious projects with a focus on gender equity, the Environmental Women Corporation, comprised of members from the Narakajmanta community, has been awarded a grant from Azimuth World Foundation to design and implement a solar-powered water security solution for the community. Nadia Rodriguez kindly spent some time with us to discuss the project in more detail.
Play the video version below (English and Portuguese subtitles available), or scroll down to read a transcript in English or Portuguese.
Good morning. My name is Nadia Rodriguez, and I am part of the Environmental Women Corporation, as an administrative assistant.
I am part of the Narakajmanta Indigenous communities. The Environmental Women Corporation not only works with the Narakajmanta community, we also work with different Indigenous communities all over Colombia.
The Environmental Women Corporation was founded in 2009 by a group of passionate and committed women, who came together with the vision of creating a more sustainable and equitable world for the generations to come.
This is an organization that is dedicated to addressing some of the most pressing challenges that our planet is facing, like climate change, biodiversity loss, conservation and environmental justice.
And all of this while working with Indigenous communities, which are the ones who have the more ancestral knowledge. And all this while promoting gender equity in the environmental sphere.
We know that climate change disproportionately affects women. And young and Indigenous women face a bigger challenge. We want to help them, and we also want to empower women to be leaders, to be whatever they want to be.
The Narakajmanta Indigenous community is located in Santa Marta, Colombia, in a difficult access area. It's very remote, the place for the communities. This is specifically in the Department of Magdalena, in Colombia. The total population of the community is around 37,200 inhabitants. That would be an average of 3000 families. This community is characterized by its deep cultural and spiritual roots. Also their love for their environment and towards the natural things that they have.
They've been facing a lot of challenges that are related to climate change and also to gender equality. What we're trying to do is to help them fight against climate change and to bring them environmental justice. Because the government is supposed to help this community, but they are totally ignored, because there are bigger communities. And we try to focus on these small communities that people really don't see. We try to help them to be viewed.
The problem that this project is trying to address is the water insecurity in the Narakajmanta community. This happens because the water supply is less than 5 liters per person weekly. Which is way less than the average recommended by the World Health Organization, which is 50 liters per person daily.
Another problem is that the nearest water source is 500 meters away. So women, who are the ones that have the ancestral role of being the water recollectors, have to make these long walks every day, or more than one time every day, to get water. And they are exposed to sexual harassment and sexual assault, and this is something we're trying to avoid.
By giving the community water security, it means that we are protecting these women and also we are making their lives easier.
We're planning to do this by installing ten solar panels. In addition, we're going to do a detailed assessment of the water source. And we will design a piping water system for the distribution. We're also going to hire engineers that are specialized in solar energy. After that, we will install the solar-powered hydraulic pump.
We are also going to create a technical water committee, that will be made-up of ten young people from the Narakajmanta community. We want to ensure that they are prepared for the long term. They can keep sharing this knowledge within the community. Just in case one person is missing, it doesn't mean this is going to stop.
And the final stage of this project will be the continuous monitoring of the operation water supply and the solar energy system. We're also going to collect data of the quality of the water that the community will be consuming.
They are extremely happy, because of this project. And they let us know on the last meeting we had. The expectations that they have is that maybe in the future there will be not only 300 families that will benefit from this, but more.
I think that this kind of projects succeed because we have the approval of the Indigenous community.
When we are going to even design a project, we talk to the community, and we let them know, "Hey, what do you think if we design a project about this? Do you think the community will be on board?" And then it goes to a meeting, and in the meeting it is discussed, and they let us know if they approve it or if they don't. And after that, they ask, "Are you going to execute the project?" They are always asking, constantly, about it. I think that's why it succeeds.
And I also think that it is important that Indigenous communities get funding, because, well, in the case of the Narakajmanta community, they live in a remote area, so it's difficult for them to have access to basic commodities that we have in the city. I think it's a way we can help them to prevail in time, and also improving their quality of life. And at the same time, we help the environment, because Indigenous communities have a strong interest in keeping the place where they live as it should be.
Bom dia. O meu nome é Nadia Rodriguez e faço parte da Environmental Women Corporation, onde sou assistente administrativa.
Faço parte da comunidade Indígena Narakajmanta. A Environmental Women Corporation não trabalha apenas com a comunidade Narakajmanta, mas também com diferentes comunidades Indígenas por toda a Colômbia.
A Environmental Women Corporation foi fundada em 2009 por um grupo de mulheres dedicadas e empenhadas, que se juntaram com a visão de criar um mundo mais sustentável e equitativo para as gerações vindouras.
É uma organização que se dedica a enfrentar alguns dos desafios mais prementes para o nosso planeta, como as alterações climáticas, a perda da biodiversidade, a conservação e a justiça ambiental.
E que procura fazer tudo isto ao mesmo tempo que trabalha com comunidades Indígenas, detentoras de conhecimentos ancestrais. E ao mesmo tempo que promove, também, a igualdade de género na esfera ambiental.
Sabemos que as alterações climáticas afectam as mulheres de forma desproporcional. E as mulheres jovens e Indígenas enfrentam os maiores desafios. Queremos ajudá-las, queremos capacitar as mulheres para serem líderes, para serem o que quiserem ser.
A comunidade Indígena Narakajmanta vive em Santa Marta, na Colômbia, numa zona de difícil acesso. É muito remoto, o lugar onde estão as comunidades. Situa-se especificamente no Departamento de Magdalena, na Colômbia. A população total da comunidade é de cerca de 37.200 habitantes. O que significa uma média de 3000 famílias. Esta comunidade caracteriza-se pelas suas profundas raízes culturais e espirituais. E também pelo apreço pelo seu meio ambiente e pela Natureza a que têm acesso.
A comunidade tem enfrentado uma série de desafios relacionados com as alterações climáticas e também com a igualdade de género. A EWC está a tentar ajudar a comunidade a lutar contra as alterações climáticas e a garantir justiça ambiental. Porque é suposto o governo ajudar esta comunidade, mas ignora-a totalmente, porque há comunidades maiores. E nós tentamos concentrar-nos nestas pequenas comunidades que as pessoas não vêem. Tentamos trazer-lhes visibilidade.
Este projeto está a tentar resolver o problema de escassez de água potável na comunidade Narakajmanta. Um problema que se deve a um abastecimento de água inferior a 5 litros por pessoa, por semana. Este valor é muito inferior à média recomendada pela Organização Mundial de Saúde, que é de 50 litros por pessoa, por dia.
O outro problema prende-se com a distância até à fonte de água mais próxima, que fica a 500 metros. E portanto as mulheres, que têm o papel ancestral de colectarem a água, têm de fazer longas caminhadas todos os dias, ou mais do que uma vez por dia, para ir buscar água. E ficam expostas ao assédio sexual e à agressão sexual, que é algo que queremos evitar.
Ao proporcionar acesso à água potável nesta comunidade, estamos a proteger estas mulheres e também a tornar a sua vida mais fácil.
Planeamos fazê-lo através da instalação de dez painéis solares. Para além disso, vamos avaliar com grande detalhe a fonte de água. E o projeto vai incluir um sistema de canalização e distribuição. Também vamos contratar engenheiros especializados em energia solar. E isso vai-nos permitir instalar uma bomba hidráulica movida a energia solar.
Vamos também criar um comité técnico para as questões ligadas à água, constituído por dez jovens da comunidade Narakajmanta. Queremos garantir que eles estão preparados para manter o projeto a longo prazo. Estes jovens vão continuar a partilhar estes conhecimentos na comunidade. Se não estiver alguém, isso não significa que o projeto tem de ser interrompido.
E a fase final do projeto passa pela monitorização contínua da operação de abastecimento de água e do sistema de energia solar. Também vamos recolher dados sobre a qualidade da água consumida pela comunidade.
A comunidade está extremamente feliz com este projeto. Foi algo que nos transmitiram na última reunião que tivemos. Eles têm a expectativa de que talvez no futuro não sejam apenas 300 famílias a beneficiar do projeto, mas muitas mais.
Penso que projetos deste tipo têm sucesso porque são feitos com a aprovação das comunidades Indígenas.
Quando concebemos um projeto, dirigimo-nos à comunidade e perguntamos: "O que acham sobre concebermos um projeto em torno deste problema? Acham que a comunidade vai estar de acordo?" Aí, o projeto é avaliado numa reunião, onde é discutido em detalhe e onde a comunidade decide se o aprova ou não. Nas fases seguintes, a comunidade costuma insistir: "Vão executar o projeto?" Estão sempre a perguntar sobre o projeto, constantemente. Penso que é por isso que o projeto é bem sucedido.
Penso também que é muito importante haver financiamento para as comunidades Indígenas, porque, como no caso da comunidade Narakajmanta, habitam muitas vezes em zonas remotas, o que lhes dificulta o acesso a produtos básicos que temos na cidade. Por isso, acredito que essa é uma forma de ajudar estas comunidades a manterem-se ao longo do tempo, e também de melhorar a sua qualidade de vida. E estamos simultaneamente a ajudar o meio ambiente, uma vez que as comunidades Indígenas têm um grande interesse em manter e preservar a terra onde vivem.
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